Você
está distante, bem distante, mas ao mesmo tempo presente, bem presente. Estou a
dias pensando em lhe enviar essa carta, espero que de alguma forma chegue a
ti..., de alguma forma.
Se você
estivesse em minha realidade lhe convidaria para tomar um café, ou uma “cerva” bem
gelada a beira mar..., faz tempo que não tomo uma, mas te rever mereceria uma
comemoração, e penso que ainda goste. Depois poderíamos conversar sobre
mudanças, e como o “tempo” nessa realidade está acelerado, tempo de mutação.
Será
que você já se deu conta de um ponto de mutação? Aquele que muda tudo, que nos
faz de alguma forma modificar-nos, e modificar nossa realidade?
Nessa
vida corrida, acelerada, sentia-me desesperadamente a buscar formas de “ganhar”
a vida, mas a vida sabiamente mostrou-me que em mim ela já existia, o que faltava
era consciência. E eu ignorantemente fugia de me reconhecer, pois para isso
acontecer teria que enfrentar meus “eus” internos, aqueles que muitas vezes não
queremos ver, por nos causar dor. É bem assim. E por isso gostamos de ocupar
nossa vida com objetivos externos, qualquer coisa serve, fazemos até a fila
andar para não ficarmos sós, ou melhor dizendo, conosco mesmos.
Nesse
ponto (de mutação), mesmo diante da dor, o melhor é encarar nossa realidade
interna de cada dia. Sentir as dores, mas escolher fazer o caminho “interno”, aprender a amar-se verdadeiramente, mesmo diante das situações vividas, experiências (que
muitas vezes tachamos de erros). Podes crer, vale a pena fazer essa viagem.
Pois é
querido, venho nesta carta lhe agradecer, gostaria mesmo de te dar um abração,
e dizer “Gratidão”.
Quem sabe quando você quiser aparecer em minha modesta realidade eu
ainda esteja por aqui. Abraços...